quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Lembram-se do Tó Zé? Aquele rapaz que desaparecia sempre a meio da brincadeira lá atrás, o palerma. Ou seria Frederico Pimentel? Bom, era o palerma, aquele gordo. Agora é gerente de um banco.
A mãe até já nem se lembra do número da polícia. Portanto está resolvido, é o que interessa. Vamos ao próximo. Agora o que está a dar é tentar saber onde andará o Khaddafi. Lá atrás não está. De certeza que procuraram bem na tenda? Que chatice esta, assim de repente. E lá para os lados da incomensurável mente dele, já viram? É que às vezes perde-se por lá.
Mas é uma pena, se aquele homem desaparece. Não se vê quem possa como ele ocupar o palco mundial no papel de vilão. Pode parecer-nos assim qualquer coisa estranha e do outro mundo, aqui em Portugal, terra onde todas as pessoas são boas por natureza; mas a verdade é que qualquer palerma pode ser um cabrão. Isso é banal, o mundo é assim mesmo.
Não é pois a cabronice que se admira em Khaddafi. É o requinte, a densidade e a complexidade da personagem, as excentricidades, as violações cruéis dos direitos humanos… enfim, com tudo isto, numa pessoa assim, lá se fechava um pouco os olhos às negociatas com o petróleo em que gostava de se envolver. Como quem, pronto vá, não gostamos muito dessa tua faceta, mas para falar do resto estamos cheios de vontade de nos encontrarmos contigo na tenda.
Bem, e não era para menos. Havia a própria história da tenda, a correr o mundo; a enfermeira ucraniana, o oposto de um babuíno massagista, em simbologia gangster; o corpo de guarda-costas feminino, obra-prima ambulante do bacoco conceptual de quem simples mas genialmente gosta das costas, corpos femininos e guardas; as fardas militares Galliano; gravações de vídeo-sermões à chuva, estética MTV anos 80; e tanta coisa mais. E depois, a coroar tudo, uma pitadinha de maldade. Perfeito.
Ou até mais do que isso. É que nem há palavras nem metáforas para falar adequadamente deste gajo! Só isto: mas haverá alguma coisa da vida deste gajo que não tenha sido criada para fazer pouco da (falta de) imaginação de quem inventou as excentricidades, e as torpezas, dos vilões dos filmes do James Bond?

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