quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Cá o Portugal estava sisudo, mas o galhofas Cavaco ganhou e as pessoas pronto. Mais ou menos na mesma, mas que foi triste ver alguns quererem convercer-nos de que ele é sério, quando as portuguesas e os portugueses sabem bem que ele é um bem-dispostão, foi. Cavaco não precisa de dizer que é galhofeiro, porque isso é uma coisa evidente em si mesma. Que é sério também poderá até ser de uma desarmante evidência automática, mas no sentido de ter que se estar sempre a confirmar, do género, ouve lá, então e agora isto do Cavaco, e responde logo alguém, sério, sério e evidentemente sério, para já não dizer impoluto. É automático.
O que é certo é que fica sempre alguma suspeita e que isso incomoda e chateia, independentemente de se culpar mais quem a lança ou quem não a desfaz. E é deste modo que alguns cidadãos são levados interrogar-se nos termos seguintes: mas terei eu de prescindir de uma porção da minha regalada vida, tão trabalhosamente repleta de porreiridão, sabe Deus o que me custa purificá-la de toda e qualquer chatice, e preocupar-me com o meu país? Não posso simplesmente ficar a ver e a dizer mal? (Aliás, pago em geral os impostos, para que saiba quem gosta de opinar sobre coisas simplificando tudo, ok?)
E mais, foi por estas e por outras que a restante cidadania ficou um pouquinho magoada. A frase «o professor Cavaco está acima de qualquer suspeita» ameaçou inclusive tornar-se comparável àquela do «eu acredito na justiça portuguesa»! Mas onde é que nós estamos? Trata-se do nosso PR, não se está para aqui a falar de um Afeganistão ou de umas eleições autárquicas, onde, aí sim, às vezes se passam coisas que fazem lembrar o género de suspeitas que temos tido nas legislativas.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Os homens são pragmáticos nas suas amizades com outros homens porque de alguma forma identificam imediatamente o perigo mortal que adviria da guerra entre si. As mulheres são pragmáticas nas suas guerras com outras mulheres porque de alguma forma identificam imediatamente o perigo mortal que adviria da amizade entre si. No mais, Teixeira dos Santos vai a Bruxelas e volta para Abu Dhabi, diz o Público.
Enquanto isso, Renato volta de viagem para procurar Marcela.
Quem é afinal Abu Dhabi? É algum sítio na Ásia, por acaso, para o ministro das Finanças estar assim a voltar-lhe? Deus nosso. Por acaso. De qualquer maneira, deve ser uma relação séria. Digamos, aliás está dito, que ele «vai», não sei aonde, a Bruxelas, tanto faz, só para dar um olá, mas está de «volta». De volta para os braços de Abu. E nada de “vai a Bruxelas e volta para LISBOA”, não, nem pensar, está bem está, isso é para os piolhentos, ora já viram, tu realmente, Fernando Teixeira, quem diria que fazias essa ideia do teu país.
Agora como é que vamos salvar o país sem ministro das Finanças? E sem uma «supercomitiva governamental», que o Público diz ter-se deslocado para lá (fujam, amigos do Abu Dhabi, fujam; ou declarem a jihad).
Acontece, ainda por cima, que em Bruxelas se vai discutir uma coisa importante, o tema comunitário inclusivamente mais difícil do momento, a b&<@ merda em que estamos metidos. Mas é assim, ministros das finanças fundamentalistas da Europa do Norte, vocês têm toalhas de mesa na cabeça ou dinheiro para nos dar? Por acaso? Têm? Ok, talvez tenham dinheiro, mas nós não concordamos com a maneira como vocês o tratam nos vossos países em termos de direitos humanos (e que queriam implementar no nosso), ali, sempre controladinho. O dinheiro público precisa de apanhar sol de maneira a evitar a traça. Está bom? Então vá, dirá o ministro, muito de passagem, aos seus colegas europeus, foi bom Qatar um bocadinho mas agora com licença que o Abu Dhabi ainda vai ser melhor.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Viva. Uma palavra a bem dizer meio desacostumada. Com ares, mas simpática. Mas, viva. Pronto. Cada um. Viva. Isso é que é preciso, por causa do étimo da crise em si. Muita paz e amor. Está bom?
Nós também, obrigado. Sim, sim, igualmente e com licença. Então vamos lá a 2011, que começa Alegre para ligar algum Cavaco, nós às vezes, mas calma que há melhor.
Iva. A todos e a tudo. Iva, iva, muito iva! (Obviamente, é preciso um sentido de humor especialíssimo para pereceber onde exactamente está a piada do iva, não podemos fazer mais nada; é mesmo assim, uma coisa cheia de piada, o iva; para quem não é burro; ok?)
Vulva, vulva, mas podia ser uva ou pipa, já não temos nada a perder, depois deste início!
A propósito – de não ter nada a perder – o doutor Manuel Alegre quer que o candidato Cavaco Silva explique as acções. E o Cavaco, que não é bem candidato, diz que já explicou tudo. Sim, as pessoas que sofrem do mesmo tipo particular de paralisia verbal selectiva aguda que o nosso Presidente não precisam, a partir de agora, de continuar a viver em sofrimento: contam tudo à Internet. No caso dele, e uma vez que até foi ela que o elegeu, hum, «faz sentido».«Todo». Além disso, perguntamos nós, que acções serão essas? Hã? Se o homem nunca faz nada! Como é que querem que uma pessoa que nunca se justifica e raramente dá explicações seja do que for vá justamente explicar coisa que não se lhe conhece desde que é PR, como“acções”?
Ah.
E o bipartido Manuel Alegre, então se é isso, e se se sente tão incomodado, também deveria ter exigido explicações a dirigentes máximos de partido que o apoia a propósito de outros casos, nomeadamente o caso da farsa oculta. Em que estará implicado Francisco Louçã, em termos de ideias políticas.Vá, quem é que quer apanhar mais? Não, mas parece que pelo menos alguns dos que agora alegremente apoiam o candidato das esquerdas na sua «campanha de denúncia», ainda há pouco «denunciavam campanhas» – alegadamente – orquestradas contra Sócrates, relativas a casos que em todo o caso tinham mais substância, na nossa jactante opinião. Queremos nós, vamos apanhar já a seguir: não conseguimos dar mais objectividade ao nosso post, mas, em grande, parte porque dá muito trabalho. A impensa: parece-se mais ou menos, para usar o lugar-comum, com aquelas pessoas que querem quer ver (mostrar, aliás) o foguetório e ao mesmo tempo ser um bocadinho dispensadas do risco de se molhar com os pingos da chuva (exactamente, essas pessoas, coitadas), na medida em que, se (aparentemente) não investiga para poder falar com mais autoridade ou calar-se para sempre (enfim, no mínimo para baixar um pouco o volume), podia pelo menos dar melhores explicações, fazer comparações com outros casos, fornecer contexto, opinar de maneira mais fundamentada. Enfim, conformemo-nos. Alguma coisa havia de funcionar menos bem em Portugal.
E assim, e inclusive de maneiras diferentes, como por exemplo a mais terrível de todas as notícias do ano, já nos esquecíamos, aquela de ser agora reconhecido pelo próprio fabricante da pulseira do equilíbrio que afinal o dito objecto não passa de uma fraude, enfim, viva 2011, mas já não se pode confiar em ninguém, é o que temos para dizer. Nem no fabricante da pulseira do equilíbrio.