quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Cá o Portugal estava sisudo, mas o galhofas Cavaco ganhou e as pessoas pronto. Mais ou menos na mesma, mas que foi triste ver alguns quererem convercer-nos de que ele é sério, quando as portuguesas e os portugueses sabem bem que ele é um bem-dispostão, foi. Cavaco não precisa de dizer que é galhofeiro, porque isso é uma coisa evidente em si mesma. Que é sério também poderá até ser de uma desarmante evidência automática, mas no sentido de ter que se estar sempre a confirmar, do género, ouve lá, então e agora isto do Cavaco, e responde logo alguém, sério, sério e evidentemente sério, para já não dizer impoluto. É automático.
O que é certo é que fica sempre alguma suspeita e que isso incomoda e chateia, independentemente de se culpar mais quem a lança ou quem não a desfaz. E é deste modo que alguns cidadãos são levados interrogar-se nos termos seguintes: mas terei eu de prescindir de uma porção da minha regalada vida, tão trabalhosamente repleta de porreiridão, sabe Deus o que me custa purificá-la de toda e qualquer chatice, e preocupar-me com o meu país? Não posso simplesmente ficar a ver e a dizer mal? (Aliás, pago em geral os impostos, para que saiba quem gosta de opinar sobre coisas simplificando tudo, ok?)
E mais, foi por estas e por outras que a restante cidadania ficou um pouquinho magoada. A frase «o professor Cavaco está acima de qualquer suspeita» ameaçou inclusive tornar-se comparável àquela do «eu acredito na justiça portuguesa»! Mas onde é que nós estamos? Trata-se do nosso PR, não se está para aqui a falar de um Afeganistão ou de umas eleições autárquicas, onde, aí sim, às vezes se passam coisas que fazem lembrar o género de suspeitas que temos tido nas legislativas.

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