quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Impostura


Se vamos pagar mais impostos, queremos que nos seja prestado um serviço melhor. Tudo bem que os aumentem, que a vida custa a todos e os credores também precisam de viver. Só que nesse caso o estado deve passar a fazer ainda melhor o que já faz muito bem, que é gastar o nosso dinheiro inutilmente. Parece que é isso mesmo que vai acontecer, por impossível que possa parecer gastar mais dinheiro inutilmente. E ainda bem, porque é a melhor maneira de fazer as pessoas miseráveis e infelizes. A ambição de ser feliz é uma invenção idiota da era moderna.
Sugestões para gastar mal o dinheiro, ora bem, parece fácil, além de divertido de ver através dos noticiários televisivos, mas não é, porque na verdade grande parte do dinheiro nem sequer é mal gasto, ou gasto inutilmente; é sim desperdiçado, ninguém sabe muito bem como, e isso é outra coisa (mas quase a m. m.). Além disso, o governo já tratou de açambarcar algumas das ideias mais divertidas para o mau gasto do nosso dinheiro, como a do TGV. É bem engraçada essa ideia. Não a de só fazer uma parte do troço – isso já é ter algum juízo, e é um mau serviço, porque é gastar mal menos dinheiro do que se podia – mas sim o TGV todinho, e com as ligações completas entre as paróquias todas. Isso sim, era uma maravilha do gastar à doida. Mas, enfim, não há dinheiro para tudo.
Ainda assim não é razão para desanimar, e a crise até pode servir de catalisador para ideias muito interessantes. Mais, o que é curioso é que com o mesmo dinheiro se pode gastar mais mal. Não em termos do gastar, propriamente. Mas em termos do mal. Em tempos de crise, há que apelar à criatividade. Pois então: porque não uma ligação de TGV Lisboa-Madrid, à grande, mas com um só carril? Talvez que com o mesmo dinheiro gasto, com o mesmo tipo de resultado quanto ao aproveitamento real da coisa, se conseguisse uma coisa ainda mais ridícula do que a ligação Poceirão-Caia. Talvez se conseguisse gastar ainda mais mal o dinheiro, mas na realidade fazendo uso da mesma quantia. Que é o que é preciso nos tempos que correm.
Tem um nome: eficiência.
Agora esta polémica de o primeiro-ministro ter ameaçado demitir-se quando se encontrava fora do país, em Nova Iorque, a banhos, de auto-ilusão, em Bad English, um bairro típico, que há lá. Mas comecemos por aí. Essa condição de que padece, chamada clinicamente A auto-ilusão de Sócrates, até evolui favoravelmente lá na América. Normalmente, quando ele anuncia alguma coisa, pleno de entusiasmos, fica sempre a ideia de que pois, pois, mas não será bem assim (agora é que altura de fazer obras públicas, precisamente por causa da crise, para estimular a economia, ou não vamos aumentar impostos, porque é a pior solução, ou vamos aumentar impostos, porque é a melhor solução, por exemplo – e, claro, sempre com entusiasmo). Venho falar-vos aqui em Bad English (entusiasmo), reconheça-se, é outra coisa, e de facto não houve ali nem em quem o ouviu em qualquer outra parte quem tivesse dúvidas da seriedade das declarações daquele homem, grande na sua modéstia de saber que poderia falar em Oxford, que a isso estava habilitado, e ter no entanto optado, até com esforço para alguém tão dotado, pelo menos pretrensioso Bad English.
Quanto às declarações em bom português, de que se demitiria, se é verdade que podem ter soado um pouco a falso, também não é mentira que em termos do que é melhor, seja para a economia seja para as soluções de coisas em geral, não deixam de dar que pensar. Espera lá, que agora até estás com ideias, pensámos, que é assim que se pensa imediatamente em casos como este, falando por nós.
E outro indicador de que uma espécie de lucidez muito singular lhe pode restar é precisamente o facto de ter falado em Nova Iorque em assuntos de política nacional, como foi o caso desse tal detalhe da demissão. Muita gente veio logo: é muito mau ir lá para fora com conversas dessas, que não sei quê e tal. Mas repare-se: nós estamos a ser observado à lupa por esses tipos das agências, e dos mercados, e dos investidores. Qualquer coisa que cá se passe, aquilo dá logo sinal lá nos especuladores. E vai ele, aproveita e manda a sua boquinha lá fora enqunto esse pessoal está distraído a olhar para aqui, para não topar nada, e pronto, é isto.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Bom, e que dias, estes. Cheios de palavras. Ou coisas parecidas. Depois de dez anos a discutir o défice, a ameaçar com o défice, a ameaçar discutir o défice e a discutir os culpados do défice, já se esgotaram os adjectivos e todas as outras palavras estão rapidamente a perder o sentido (já o rumor de fundo mas que g. merda é claríssimo) . Encontrar uma metáfora original e convincente é um milagre. Vai mesmo uma tosca: isto já está a parecer Portugal. De tão mau que está. Desculpem-nos sermos tão pouco espirituosos, mas já era o défice (cada vez pior), agora é a dívida pública, é a despesa primária, o endividamento externo, e não sei o quê, e blá-blá-blá, e orçamento, e nem ata nem desata, e tanta coisa mais que nós já não estamos para estar com rodeios nem floreados: isto parece mas é o Portugal! É mesmo assim. Ora bem, consta que o primeiro-ministro respondeu de raspão a um jornalista que a discussão sobre a dívida ficaria para mais tarde. Finalmente. Finalmente aparece alguém disposto a não alimentar mais o falatório. É com posições destas, estamos convencidos, que se fazem os líderes (há-de estar para aqui uma referência àquele acontecimento).
No entanto, a cavaqueira sobre tudo isso e suas consequências (sobre o quê, mesmo?) continua, absorve tudo e já nada mais existe – e isto apesarde coisas, por exemplo, do caso Queiroz, do affair Mourinho e do acaso Bento. Tanto assim que é políticos, e comentadores, e tudo, a quem já sobram as interjeições, os esgares e os gaguejares e coisas que parecem palavras, mas a quem faltam realmente as palavras. Talvez a Alemanha possa ceder algumas, mas muito complicadas e ásperas.
E já se cospem todos, a entoação fica mais aguda dois tons, encolhem os ombros e abrem os braços no final de cada frase. É o FIM, é o FMI, e tal, ó pá, e se for o fim ou fmi, o que é que vai acontecer, aumentam os impostos e diminuem as contribuições sociais e os salários e afins? E daí, olha, antes isso do que não vir o fim nem o fmi e aumentarem os impostos e diminuírem as contribuições sociais e os salários e afins (e às tantas mais tarde, durante mais tempo e em números mais elevados). Os portugueses já nem tentam abastecer-se junto das estações de televisão com palavras que pudessem ter o mínimo de sentido, como chegaram a fazer no princípio da crise, mais ou menos por volta da época da independência do Brasil, que era o que faziam para o cérebro não lhes ficar de todo bloqueado e terem alguma coisinha que se aproveitasse para dizerem durante os tempos de maior penúria, como parece que serão os que se aproximam. Mas talvez devessem fazê-lo, pois não é difícil prever que as palavras básicas de produção própria para caracterizar e explicar a situação, como por exemplo abóbora e nabiça, se tornarão superabundantes e que, por isso, sofrerão séria desvalorização. Quem quiser fazer uma vidinha minimamente digna em termos de comentário de café terá de apanhar desde já tudo o que puder e tiver aproveitamento na análise desta imbrogliada económico-político-financeiró-social.
Nós, apesar de também termos um bom aprovisionamento de abóbora, nabiço, cortiço, palhunço, canoilo, cabresto, caturra, ferradura, caval, gadura, serradura, farelo, bigorna, martelo, malho, marreta, matraca, maceta, gralha, mortalha, rela, borboleta, traça, besoiro, cigarra, abelhão, papoila, pavão, galinha, patudo, doninha e pançudo não vamos perder muito tempo com a fútil e já redundante desqualifucação do país que temos, dos responsáveis políticos que escolhemos, dos agentes externos a que nos submetemos, e nem de pessoas em geral de que não gostemos. Só, talvez, o tempo necessário para acalmar os nervos é que ainda podemos vir a perder com isso, e só por razões de saúde. Não vamos sequer limitar-nos a acompanhar passivamente os comentadores, especialistas e repentinos nós-bem-sabíamosistas que agora se vêem nascer como cogumelos e respectivas ladainhas. Enfim, não nos vamos contentar com conversas que, com sorte, são só um bocadinho mais do que culpabilizações fáceis, futilidades e redundâncias. Vamos sim dar as soluções. Proximamente, se as encontramos. E se não as encontrarmos, ao menos havemos de estar por uma vez em condições de fazer uma crítica decididamente um tudo-nada sofisticada. Até então, lá.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Falem-nos do mar… ai, a maresia, os carapaus. Tanta coisa, ó mar. Quanto do teu amor ocasional vem de Portugal. Talvez não seja bem amor, mas pretexto para evitar falar de outras coisas, mar, mas ainda assim, mar. Pelo menos a julgar pela facilidade e frequência com que se referem a ti, só por se referirem. É como falar do tempo. Falar só por falar.
Mas como é que terá começado esta mania? Bom, primeiro foi o duque de Viseu, também conhecido por Infante D. Henrique. Deves estar lembrado, o caso dele até era um bocado diferente, falava a sério, lembras-te? E no entanto nunca usou a horrenda expressão «desígnio nacional», que nós saibamos. Depois foram outros. E agora é quase toda a gente – e isso de falar muito no mar normalmente quer dizer uma coisa: tempestade em terra. Como é que vai essa situação política? O mar, o mar. E a económica? O mar, já disse. O mar.
O mar tanto serve para se dizer que se calhar era melhor não se fazer o TGV e detalhes sobre isso ou outras coisas importantes, incluindo aqui as graves e as gravíssimas, agora não interessam nada (tanto serve), como para tema de apresentação de um candidato a Presidente da República (como para), como ainda para fazer experiências com uns enchidos (com uns enchidos). (E aqui, o resultado (resultado)).
Pois é. O que seria de nós sem o mar.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Só há em Portugal uma constituição mais discutida do que a do projecto de revisão do PSD, principalmente aos domingos. É realmente a constituição da equipa do SLB a cada jogo, por causa dos benefícios sociais tendencialmente gratuitos e universais concedidos aos adversários. Mas à parte a constituição da equipa encarnada, que até é a única que tem de facto alguma importância para o futuro próximo do país, muito se tem discutido a proposta do PSD, como dissemos. A tal ponto que se calhar convinha agora fazer um apanhado malicioso de algumas das coisas que se têm ouvido. Então vamos a isso. A constituição do PSD vai ser um flop, diz Almeida Santos – e ele sabe bem o que é um flop. O PS diz que o único objectivo do PSD é pôr em causa o estado social – e o PS sabe bem o que é pôr em causa o estado social. Passos Coelho diz que o acordo sobre revisão constitucional será mais fácil do que no Orçamento - e ele sabe como é fácil o acordo em matérias orçamentais e afins, (mesmo quando parecera difíci – para não dizer inadmissível – ao em tempos candidato à liderança do PSD. O PCP diz que os sociais-democratas mantêm a intenção de golpear a constituição – e o PCP sabe bem o que é ter a intenção de golpear. Só deve ir avante se for para melhor, diz Cavaco Silva – e ele sabe sempre dizer o óbvio para não dizer nada. Nestas coisas, não há nada como ouvir quem sabe, em vez de dar atenção à conversa fácil dos treinadores de bancada, armados em génios da bola. (Força Roberto!)

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

As negociações entre os dois países, se assim lhes podemos chamar, às negociações, agora já está, são extremamente delicadas. Os observadores aguardam com reserva, e os oportunistas, internos ou externos, não hesitarão em tentar deitar tudo a perder, na expectativa de lucrarem com os despojos. Foi por isso muito boa ideia destacar o responsável máximo pela pasta da diplomacia, Luís Amado, para vir a público apelar à cooperação. Ninguém melhor do que o ministro dos Negócios Estrangeiros para desbravar terreno nessa árdua tarefa da obtenção dos compromissos necessários à resolução dos graves problemas internos de Portugal, ou melhor, dos dois Portugais: o do primeiro-ministro e o real.
São de facto dois países diferentes, e até se ouve falar, já nem sabemos ao certo se por essas capitais mundiais e respectivas chancelarias se, na verdade, aqui Mesmo, numa oficial two states solution, numa solution à deus États, numa estatu bien konponbidea. Caso as negociações não consigam nada de realmente extraordinário, enfim, que venham cá a República Populista do Optimismo, de uma banda, e o Estado Desgraçado a que Isto Chegou, da outra, e que digam qualquer coisa para a gente ouvir.
Ficara já entretanto provado que o Governo e Portugal vivem em mundos à parte. Ninguém conhece ministro nenhum – excepto o das Finanças, que por vezes vem cá à colónia recolher impostos; e, quanto ao primeiro-ministro, é vê-lo passear-se por cá como governante de outro país: cara de quem não é nada com ele por aí, discursos impregnados de boas intenções e palavras bonitas aqui, retórica mais ou menos rebuscada ali, inaugurações um pouco por todo o lado e visitas a locais interessantes em geral.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Portugal é um porco à solta. Parece que quer fugir do curral, em busca de lama mais suja ainda; se o topam os tratadores, porém, lá se vai ao matadoiro. Ou, para usar metáforas de trazer por casa: Apesar da tendência negativa abranger os chamados países periféricos (Portugal, Espanha, Irlanda e Grécia, os PIGS), o risco português começa perigosamente a tornar-se num caso isolado: desde Junho, a diferença entre os juros exigidos a Portugal e à Alemanha, medida de percepção de risco dos investidores, cresceu dez vezes mais face ao registado por Espanha.

Oh, pobre leitãozinho! (No entanto, tostadinho deve ser uma delícia!) Pensas que há mais vida para além do matadoiro, não é? Oxalá tenhas sorte, mas sabe que essas águas turvas para onde vais inconsciente podem ser uma armadilha, e que há lobos na floresta. Volta para junto dos outros porcos. Tentarás então comer menos porcarias. E já outro, galo, cantarás.
Sim, o teu estômago é quase insaciável, será como outra morte, mas depois passa. Precipita-se, o Teixeira dos Santos. Parece que já está de luto por morte certa. A nossa. (Na foto.)

Mas não é assim tão grave. O Iraque, isto quanto ao preço de fazer um seguro contra o risco de crédito (3º parágrafo), está pior, um lugar, do que nós: estamos em nono e eles num miserável oitavo. Há coisas que uma pessoa. Então, Iraque? Ouçam lá, não venham agora com histórias: vocês só não fazem parte dos PIGS porque isso é contra a vossa religião. É incrível. Meu Deus, essa economia anda bonita. Oitavo! (Temos de ser um pouco sarcásticos, por muito que seja triste gozar com um país em guerra. É para o bem deles.)

Ou estamos já lixados? Nós apreciaríamos mais uns tempos de irresponsabilidade individual e colectiva, por ser um pouco mais agradável.
Mas há quem diga que sim, que estamos. Pois bem (e eis a resposta): isso é apenas negativo. E bota-abaixivo. Portanto, Teixeira dos Santos – a braços com este e outros trechos do monólogo com a marca da certeza socrática – é fácil: deixa de ser pessimista. Mas corta na ração. (Também pode ser visto assim: conserva o que convier da certeza; esquece de todo o socrática.)

domingo, 5 de setembro de 2010

A propósito do caso Casa Pia, muitos analistas têm vindo a dizer que é bom, para a Justiça e para a própria sociedade portuguesa, que se tenham conhecido finalmente as decisões do tribunal quanto ao processo. No entanto, pessoas que gostam de dizer coisas chamaram a atenção d’O Mesmo para o que aí vem. Agora, com essa homossexualidade por aí, é que vai ser bonito, vai! E depois, claro, admiram-se que o tempo já não seja o mesmo que dantes, e que não chova nada, e que nunca se tinham visto tantos incêndios. Então não se ponham para aí a inventar coisas novas, como apanhar no rabo.
É para sermos modernos, dizem eles! Como se antes também já não houvesse fogos. Havia, não passava era desta maneira na televisão, aquelas monstruosidades, para não incentivar outros.
Mas isso não faz sentido, interviemos nós, então vocês acham, ó pessoas que gostam de dizer coisas, que uma coisa está relacionada com a outra?
Sim, sim: homossexualismo, castigozito divino. E agora até já se podem casar, os mariconços. Por nós, se é para ser assim, era mais ninguém casar, e os casados deixavam já as responsabilidades conjugais. E eles que resolvessem, já que querem ser como os casais normais. Para ter uma ideia, só desde 17 de Maio, que foi quando se aprovou esse casamento, veja-se o que tem sido para aí, em matéria de fogos. Pois é.
Huum, retorquimos com vários sentimentos interiores, mas então e a pedofilia? Não percebemos qual a relação…
Ah, isso é diferente, nesse caso é castigo de Deus!
Castigo de Deus? E é diferente em quê? Essa suposição é tão ou mais horrível do que a outra…
Bom, castigo se Deus, e isto era só um teste aos vossos preconceitos, porque vocês também têm a mania, no sentido de ser um castigo que Ele sofre! É nesse sentido que é castigo de Deus.
Ah, de repente até pensámos que…
Não, já há alguns dos Seus que…
Bom…
E é sobretudo por isso que Ele sofre.
Está bem, então.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

O Presidente da Líbia, Muammar al-Khadafi, contratou ontem quinhentas mulheres através de uma agência, em Itália, para lhes dar uma palestra sobre o Islão. Ele optou por uma audiência bem específica, note-se, não por ser extravagante, mas sim por não ser parvo: as infiéis eram todas modelos, ou coisa parecida, e, bem se vê, é mais engraçado espalhar a fé por entre a graça de modelos de grande virtude, como visivelmente era o caso, do que anunciá-la a um monte de desgraçados quaisquer. Para começar, as outras mulheres têm tendência para seguir e querer imitar esse tipo de virtude, como é sabido (mas apenas por quem consome os produtos da cultura popular); depois, os homens, claro, são facilmente levados a pensar que está tudo certo, seja nos Céus ou na terra, desde que pelo meio haja qualquer coisa lhes sugira um harém. Aliás, eles já pensam assim, ordinariamente, e são felizes.
Muito bem, Khadafi , aí a espalhar a fé entre as mulheres.
Não sabemos se chegou a comprar alguma, mas o aluguer parece que foram 70 euros e, como brinde especial, tiveram direito a uma cópia do Corão.
Ora, é correcto apesar de tudo ou não palestrar assim sobre supostas ou reais convicções que se tenham num evento encenado para a propaganda mediática, chegando a convocar para o efeito pessoas que, se não são contratadas de agência, bem o parecem; e tentar converter de caminho o pessoal às respectivas fés, presenteando-o para isso até com eventual objecto sagrado? Como uma auto-estrada ou computadores Magalhães, sim, que certamente tudo no mundo pode ser comparado ao futebol ou aos inevitáveis e até já engraçados políticos portugueses. Será então correcto tentar converter dessa maneira às vezes um pouco Khadafikiana os supostos ou reais camelos que nós somos?
Falamos por nós-Mesmos. E o veredicto é: desde que os profetas não sejam falsos e no fim se salvem as almas… ainda pode ser que a liturgia se aguente.
Portanto, Khadafi, já está e ficas a saber como é que é.