quarta-feira, 1 de setembro de 2010

O Presidente da Líbia, Muammar al-Khadafi, contratou ontem quinhentas mulheres através de uma agência, em Itália, para lhes dar uma palestra sobre o Islão. Ele optou por uma audiência bem específica, note-se, não por ser extravagante, mas sim por não ser parvo: as infiéis eram todas modelos, ou coisa parecida, e, bem se vê, é mais engraçado espalhar a fé por entre a graça de modelos de grande virtude, como visivelmente era o caso, do que anunciá-la a um monte de desgraçados quaisquer. Para começar, as outras mulheres têm tendência para seguir e querer imitar esse tipo de virtude, como é sabido (mas apenas por quem consome os produtos da cultura popular); depois, os homens, claro, são facilmente levados a pensar que está tudo certo, seja nos Céus ou na terra, desde que pelo meio haja qualquer coisa lhes sugira um harém. Aliás, eles já pensam assim, ordinariamente, e são felizes.
Muito bem, Khadafi , aí a espalhar a fé entre as mulheres.
Não sabemos se chegou a comprar alguma, mas o aluguer parece que foram 70 euros e, como brinde especial, tiveram direito a uma cópia do Corão.
Ora, é correcto apesar de tudo ou não palestrar assim sobre supostas ou reais convicções que se tenham num evento encenado para a propaganda mediática, chegando a convocar para o efeito pessoas que, se não são contratadas de agência, bem o parecem; e tentar converter de caminho o pessoal às respectivas fés, presenteando-o para isso até com eventual objecto sagrado? Como uma auto-estrada ou computadores Magalhães, sim, que certamente tudo no mundo pode ser comparado ao futebol ou aos inevitáveis e até já engraçados políticos portugueses. Será então correcto tentar converter dessa maneira às vezes um pouco Khadafikiana os supostos ou reais camelos que nós somos?
Falamos por nós-Mesmos. E o veredicto é: desde que os profetas não sejam falsos e no fim se salvem as almas… ainda pode ser que a liturgia se aguente.
Portanto, Khadafi, já está e ficas a saber como é que é.

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