Falem-nos do mar… ai, a maresia, os carapaus. Tanta coisa, ó mar. Quanto do teu amor ocasional vem de Portugal. Talvez não seja bem amor, mas pretexto para evitar falar de outras coisas, mar, mas ainda assim, mar. Pelo menos a julgar pela facilidade e frequência com que se referem a ti, só por se referirem. É como falar do tempo. Falar só por falar.
Mas como é que terá começado esta mania? Bom, primeiro foi o duque de Viseu, também conhecido por Infante D. Henrique. Deves estar lembrado, o caso dele até era um bocado diferente, falava a sério, lembras-te? E no entanto nunca usou a horrenda expressão «desígnio nacional», que nós saibamos. Depois foram outros. E agora é quase toda a gente – e isso de falar muito no mar normalmente quer dizer uma coisa: tempestade em terra. Como é que vai essa situação política? O mar, o mar. E a económica? O mar, já disse. O mar.
O mar tanto serve para se dizer que se calhar era melhor não se fazer o TGV e detalhes sobre isso ou outras coisas importantes, incluindo aqui as graves e as gravíssimas, agora não interessam nada (tanto serve), como para tema de apresentação de um candidato a Presidente da República (como para), como ainda para fazer experiências com uns enchidos (com uns enchidos). (E aqui, o resultado (resultado)).
Pois é. O que seria de nós sem o mar.
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