terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Quem é Medina Carreira?

Apenas mais um político, com tanta conversa, ou lá o que é aquilo (tecnicamente,um banal culto esotérico semi-doutrinário de fim do mundo), dirão alguns (pff, tanta gente!), na medida em que reúne todas as condições necessárias, e em grande grau de pureza: a) procura de forma especialmente dramática passar a ideia de que sente um grande nojo por essa cambada de (outros) políticos e pela política em geral; b) fala como se a solução para “os nossos problemas” fosse simples e clara – embora nunca o pareça, quando o ouvimos com atenção –, bastando aparentemente convertermo-nos sem apelo nem agravo «à sua verdade» (querias!). Mas não. Ele é, pior ainda, um infiltrado. Um agente do governo, contratado pelo Sócrates. A história PT\TVI parece uma artimanha tosca, comparada com este «plano inquinado» – de que nos apercebemos quando assistíamos a mais um programa de quase o mesmo nome, com o também-vendido-mas-já-não-engana-ninguém Mário Crespo. Um programa no qual Medina Carreira parecia possuído, cuspia-se todo, etc., mormente zurzido com a situação do país e com o não haver quem o ouça. Apercebemo-nos dele, e agora revelamos o plano diabólico: o Sócrates vira-se para o Medina e diz-lhe, Vai lá fazer de maluquinho que é para as pessoas verem como é que é por dentro quem não percebe que está tudo bem, que agora é juros da dívida, é instabilidade política e social e é tal e coiso, e as pessoas precisam de uma distracção pedagógica. Este é o plano. De uma estranha mas bela simplicidade. E chega o MC ao programa e começa: Ai, e qual é a câmara, e vejam, está aqui o gráfico, e não sei quê. E as câmaras com as imagens, gráficos explícitos com umas linhas para baixo e para cima, sobretudo para cima, uns números de 0 a 100 no eixo vertical e as letras A Q U E P O N T O E S T A M O S N A M E R D A a acompanhar, no mesmo eixo. E no eixo horizontal todos os anos, de 1143 a 2013, sendo este último o ano em que isto é para acabar (até o fim do mundo nos chega cá um pouco mais tarde, ao que parece; é a conhecida décalage, mas alguma vantagem havia de haver e há). Um plano. Só pode ser isto. Ou querem convencer-nos de que estamos assim real e verdadeiramente zurzidos? (O que equivaleria a dizer que estamos nas últimas, pelo menos no que respeita às palavras do dicionário; só para se ter uma ideia.)

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