Passos Coelho tem aproveitado bem as Novas Oportunidades, todas as que surgem, de não estar calado. Agora quer dar ao tema do referendo sobre o aborto uma Nova Oportunidade, como se ele não tivesse a escola toda. O aborto foi já exaustivamente discutido durante décadas, especialmente entre meados dos anos 90 e 2007, foi referendado nesse ano, consequentemente legalizado, em 2009, ainda assim o governo PS foi reeleito, mantendo vivo o debate sobre vantagens e desvantagens de abortar certas coisas, quer dizer! Estamos em 2011! Passou tão pouco tempo!
Ok, ok, por princípio não deve haver temas tabu na discussão democrática, mas também não deve haver temas-tipo-antónimo-de-tabu, isto é, tão-politiqueiramente-obrigatórios-que-até-já-metem-nojú.
E ok, ok, quase parece que as barrigas das portuguesas ainda são das poucas coisas sobre as quais se pode exercer alguma soberania nacional, através da vontade das donas. Mas será realmente oportuno, neste momento de troikas, de decisões difíceis para o futuro e de outras coisas etc. estar, a pensar (e fazer-nos pensar) em possíveis decisões a tomar relativamente a esta matéria?
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