Pensávamos nós, aqui n’ O Mesmo, que quando o Tribunal Europeu de justiça condenasse o Estado português a propósito da ‘golden share’ na PT, caso Telefónica-Vivo, viessem lá do Luxemburgo uns senhores de fato e jeito para as artes marciais pôr na ordem os responsáveis máximos desse Estado (parece que um é Zé), e que assim nos veríamos livres de tais tiranos. Viria, claro, assistência social, psicóloga compreensiva, os senhores de fato seriam armados cavaleiros e santos pelo povo, o fiscalista Medina Carreira diria ‘ah bom, era precisamente neste tipo de gente que eu pensava para substituir com algum, enfim, com razoável proveito essa outra gente que para aí temos tido’, e assim passariam a ser os nossos novos amos, depois de agraciados com terras férteis e raparigas alegres, acabando tudo num bonito convívio fraterno.
Mas não quis assim o Tribunal Europeu, que se limitou a tornar público o acórdão (não interessa, mas está aqui uma notícia sobre isso), pouco mais nos restando agora do que aguardar as habituais consequências neste tipo de casos, tais como acções dilatórias por parte de um tal que dá pelo nome de Estado português, as quais deverão passar por recorrer da sentença e fazer arrastar o processo. São habituais estes truques lá na Europa, segundo se diz, apesar de estranhos para nós, que em matéria de justiça, ui. Pelo menos era isto que tínhamos escrito aqui antes de nos depararmos algures com a notícia da impossibilidade do recurso: pode sim, o Estado português, não acatar a decisão do TE e pagar umas multas, a crer na notícia. Bom, eles lá sabem, isso é certo.
De uma maneira ou de outra, o veto governamental à venda da Vivo pode acabar por funcionar, na medida em que vai prevalecendo enquanto todo o processo não ficar concluído no TE (alguns anos, provavelmente; bem pensado, Estado português; nada mau; para um tirano insensível), ou enquanto o governo não fizer aplicar o que está no acórdão, e assim se vai inviabilizando o negócio na prática.
Pode ser que esta jogada se venha a revelar ruinosa no que respeita a novos negócios que investidores privados pensassem fazer na nossa economia, mas sempre há que reconhecer que já obrigou a Telefónica a admitir entender-se com a PT.
E agora só mais esta imagem que queremos deixar, a propósito, que é a do Presidente Executivo da PT, o engenheiro Zeinal Bava, muito composto e compenetrado enquanto espera que aquele telemóvel toque finalmente. ‘Si?’ (Há horas que aqui está e ainda só pediu um copo de água. Aqui.)
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