segunda-feira, 16 de agosto de 2010

De quem gosta Narciso? De Matosinhos, especialmente se estiver a Presidente da Câmara. E, nessa base mas a sair para fora dela, assumir outros cargos que nada têm a ver com Matosinhos? Miranda . Na entrevista (véspera de eleições autárquicas 2009), pode ser d’a gente, mas fica a ideia de que teria gostado de mais, depois de muitos anos de serviço ao PS. Não é a parte que não divulga mas que, no entanto, sugere (o clássico ‘não-divulga-não-divulga-mas’), talvez promovendo pelo caminho a sua extremíssima imaculabilidade em termos de conduta (talvez justamente) afirmando que não terá querido nada (convites, tachos…), talvez despromovendo um pouco a de Sócrates (não é possível avaliar objectivamente se justa ou injustamente – e ele é o PM, agora vai ficar a dúvida!, sempre quero ver como se sai daqui). É lá para o fim que nos vem tal ideia, quando responde: «Quem na vida política está à espera de gratidão falha. Na vida política os valores não existem. Fui três anos vereador pelo PS, 26 anos como presidente de câmara, fui secretário de Estado?». E ver-se como vereador, caso perdesse as eleições? «Sou candidato a presidente da câmara», responde. Gosta de Matosinhos, nós também não temos nada contra, mas Narciso é Narciso. Se não gostar de si, quem gostará?
De quem gosta Narciso? Do PS, especialmente quando nele vê reflectida uma boa imagem de si. A do autarca modelo, que pode ser candidato quando ele próprio não quer (certo, há mais vida; e o PS?, não sabemos), e é candidato - por outro ‘partido’ - quando já quer e o PS já não quer (certo; mas faz coçar a cabeça). Foi em 2009, pelo ‘partido’ Narciso Miranda Matosinhos Sempre.
Agora, espanta-se e revolta-se com um processo que pode levar à sua expulsão do PS. Ou talvez não leve, se acabar por não arranjar maneira de abrir as cartas que o partido lhe envia (um x-acto e facultar ao PS um endereço válido, ou, caso não se trate disso, agir com coerência e clareza, pode ajudar). Bravissimo, para quem diz ter argumentos (talvez atendíveis) para pôr em causa a validade da expulsão, do processo de scolha de candidatos em 2005 e do próprio governo Sócrates (neste caso, é mais o prazo de validade, e o argumento é, claro, Narciso - e se ele o diz...).
Não perecebemos muito bem é porque razão a sentença do processo de Manuel Alegre, que concorreu nas últimas presidenciais contra o candidato apoiado pelo PS, vai no sentido de apoiá-lo agora em 2011 (talvez pensem que proporcionar-lhe com uma valente derrota seja o que aquilo que mais o fará sofrer, bem visto); mas quanto ao resto, está quase tudo por aqui:
De quem gosta Narciso?
De quem gosta Narciso?

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