domingo, 13 de março de 2011

Engenheiros e cientistas sabem fazer contas (e ainda conseguem não ser escravos com doutoramento)


300 mil pessoas na manifestação da geração à rasca, uau! Isso é muito, mesmo tendo em conta a mais que o contagem deve estar errada. Nenhum dos presentes tem a inteligência necessária para fazer contas acima de 100, como se sabe – aqueles que a têm são engenheiros e cientistas, e pessoas em geral que tiravam mais que nove a matemática no secundário. Não se metem nestas coisas, mas seja como for. Trata-se de certeza de um número de pessoas (ainda que do tipo sociólogos e relações internacionais) cuja ordem de grandeza está acima do razoável para ser expresso através da unidade de medida «concerto Tony Carreira no Pavilhão» ou mesmo da unidade «estádio da Luz cheio». E até talvez seja mais do que o número de telespectadores do último Benfica – SPG que aproveitaram o minuto 81 para ir ao estádio de Alvalade lá de casa, depois de Franco Jara ter colocado o resultado em duas bolas a favor dos homens de Jesus. Estavam à rasca, e bem se sabe como é por vezes importate ter um estádio de Alvalade onde possa uma pessoa aliviar-se.
Até agora, só o SLB conseguia pôr fatias inteiras da população a satisfazer em simultâneo uma necessidade qualquer por todo o país; mas eis que os 300 mil de ontem vieram demonstrar que é possível, e posssivelmente desesável, estar mais gente ainda ao mesmo tempo à rasca e já completamente a cagar para a conversa de quem manda. É obra.
Querem coisas concretas; tipo condições; tipo empregos. Trabalho, sim; desemprego, não. Coisas boas e positivas em geral, pelo menos aparentemente, sim; coisas más, não (somos parvos mas não somos malucos). Estamos unidos nisto, sim; sabemos como é que se alcança, ou pelo menos cada um de nós individualmente, já nem se pergunta colectivamente, tem uma ideia, népia. É mais ou menos isto. Sempre é alguma coisa...

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