Não sabemos se os nossos leitores da Formosa já saberão de uma corrupção que alegadamente a imprensa inglesa terá descoberto no seio da FIFA. Mas gostaríamos muito de saber. Ficam inclusivamente a saber, talvez, que membros do Comité Executivo dessa FIFA votam em determinados países para que eles venham a acolher o Mundial em determinados anos; e entretanto, em troca, esses países fazem chegar certas quantias de dinheiro aos referidos membros FIFA. Trata-se apenas disto, e a ser verdade.
As suspeitas recaem sobre o processo de escolha dos países organizadores do Mundial de 2018. Acontece que Portugal e Espanha apresentam uma candidatura conjunta precisamente a esse Mundial. Se houvesse corrupção da parte da candidatura luso-espanhola – isto apenas para fazer exercícios inesperados com os tempos verbais, e já a seguir com pronomes – quem seria o principal culpado? A Espanha? Pode ser. Por ser um país maior? Não: por exclusão de partes: corrupção e futebol português repelem-se mutuamente. É impossível encontrá-los no mesmo sítio ao mesmo tempo. É até por isso que alguns estudiosos teorizam, por absurdo, que em Portugal não há senão corrupção, ainda que possa parecer que algum futebol existe também. Teorizam desta maneira sobretudo quando as suas equipas perdem, coisa compreensível na medida em que realmente relaxa um pouco. Seja como for, qualquer cidadão de bom senso acredita facilmente que as duas coisas não podem coexistir sobre os nossos relvados: em Portugal, o futebol é demasiadamente a única coisa que dá às vezes algum amparo a um homem (as mulheres até se aguentam) para ser agora corrupto. Quem diz o contrário é simplesmente um herege da ciência futebolística reconhecida como tal, ou então é alguém que procura por alguma razão manchar a reputação da prática desportiva em Portugal, ou seja, do futebol.
Por tudo isto, nós aconselhamos a Federação Portuguesa de Futebol a reconsiderar a candidatura ao Mundial de 18 lá na FIFA, para nos pôr à parte, perante os olhos do mundo, de toda e qualquer possível imundice. Além disso preocupa-nos muito o risco de contágio. E se de repente aquilo se pega, como uma doença ou uma moda esquisita? Estaremos nós preparados? O Correio da Manhã
até já fala, com todas as letras, em venda de votos em favor de um país "a troco dinheiro e mulheres” (aqui). Esta gente da FIFA, realmente!
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