Não faz mal. Sócrates e Coelho já quase conseguiram resolver de uma vez os problemas financeiros do país com o PECII, não foi? Esteve-se mesmo, mesmo à beirinha, nessa altura (foi em Maio), se bem nos lembramos da convicção de um e de outro (mais da parte de Sócrates, que é melhor a mostrar ter convicções; Coellho é mais de ter dias). E, aliás, já com a aprovação do PEC I, na altura com a abstenção do PSD liderado por Manuela Ferreira Leite (foi em Março) a ideia era a mesma: desta vez é que é. E curiosamente quase não chegara a ser necessário, porque o assunto esteve para ficar definitivamente resolvido com a aprovação do Orçamento, pouco tempo antes (em Janeiro).
Por tudo isto, concluímos que quem sabe tantas vezes quase resolver as coisas, arranjá-las, consertá-las, repará-las, solucioná-las, acabar com o problema, matar o problema, e enterrá-lo e esquecer, de maneira a ficar resolvido, arranjado, reparado e solucionado, por dez ou vinte anos, por hipótese, só pode saber muito bem o que anda a fazer.
Para maior descanso, o outro governo Sócrates também resolveu muito bem e para sempre, ou para muito tempo, ou quase, o problema das nossas finanças (foi em 2005 e seguintes), e isso até foi uma pena, pois assim impediu que a quase solução que os governos anteriores, de Durão e Lopes, encontraram para o mesmo problema não tivesse oportunidade de quase vingar e quase dar certo. Quase não nos lembramos, e o Google quase não se lembra também, de António Guterres (é verdade! o próprio Google apaga da sua memória o que, além de ter sido mau, foi aborrecido e sem piada!), mas achamos que ele quase não chegou a tentar uma quase solução para o problema que começava a ser o mesmo, honra lhe seja feita (por volta de 2001). Mas no princípio da década de 80, sim, ou antes, pelo contrário: o problema das finanças parecia resolvido, o da economia é que não (princípio da década de 80). Nos finais da década de 70 foi a mesma coisa (finais da década de 70), mas a coisa sempre foi dada como composta. No princípio do século XX, a maior parte das turbulências e das confusões, dos problemas e das soluções, ou quase soluções, cheiram fortemente a finanças deficitárias (princípio do século XX). Muito decompostas. E o mesmo no final do século XIX (final do século XIX). Sempre com gente que prometia que «desta é que vai ser», em vez de exigir que o Brasil nos entregasse ouro outra vez ou anunciar com resignação: o Sócrates que resolva isto lá em 2010, que nós agora só percebemos de anunciar solenemente e não de fazer (lá em 2010).
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Não se acorda para as finanças ainda
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