Foste fazer o anúncio, Professor Marcelo, da recandidatura do nosso Presidente, Professor Cavaco. Sobressaltaste as pessoas, poça! Que no seu íntimo jamais acreditaram que ele se fosse recandidatar. Nós agora queremos ver é como é que vais comentar isso, só e apenas, quanto ao anúncio cavaqueiro, pelo contrário, pouco importa, já estragaste a surpresa. És bem entre os cavaqueiros o primeiro. Podias até ter comentado tudo logo ali, de tão pouco ameno cavaqueiro és: primeiro anunciavas o anúncio (lá ele vai anunciar), depois comentavas o anúncio dele (é uma data fantástica), e por fim, completamente muito mais importante, dizias: e agora só um bocadinho para eu comentar o alcance do meu anúncio de anúncio (acho um erro monumental, mas sou generoso e levo, enfim, 15 valores).
Marcelo do Cavaco.
Já agora, porque não te viraste de repente para o Júlio Magalhães, como quem lhe vai oferecer um leitão da Bairrada, e lhe anunciaste: ó Júlio, anuncio-te que tenho agora aqui dentro duma caixa de cartão nem mais que o Aníbal Cavaco, para anunciar. Mas antes vou fazer-lhe uma entrevista rápida, boa noite senhor Presidente, acha que aquele sabor tão especial a laranja alguma vez lhe vai sair todo da boca?
O Marcelo do Cavaco é assim. Quer sobressaltar as pessoas. E O Júlio Magalhães é a cobaia perfeita. Sobressaltá-lo é um verdadeiro desafio, nem leitões, nem comentários ao livro dele, nem o anúncio da hora e do local do anúncio (dia 26, CCB, ao que apenas responde com um – ãhh; mas há que ter em conta que já estava a dormir por essa altura). No fundo estão bem um para o outro e equilibra um pouco as coisas, porque uma pessoa de repente está muito bem, quase a considerar suficientes os esforços do Marcelo para se sobressaltar, ou para prestar atenção, ou uma coisa qualquer, e depois é confrontada com a reacção do Júlio e percebe melhor, por interposta pessoa, como realmente soa, não raro, o Marcelo do Cavaco.
Sobre o caso.
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