Numa época de crise, não é, faz sentido cortar nas despesas. Não é por nossa causa, que nós, tecnicamente, meu Deus! Andamos tão bem sobre as águas turbulentas como o Marcelo acerta nos resultados da selecção (3-0? pfff!). Temos técnica para a crise, pronto. Não é vergonha admitir. E é por causa de quem, então? É complexo. Crise vem do grego κρίσις (momento de tensão que chega abruptamente), sim essa Grécia, que inventou os Sócrates (gajos que facilmente dizem não saber nada) com as suas polis (cidades, sociedades idealizadas) e os seus desconcertantes diálogos (aparente troca de ideias, na qual os Sócrates não respondem, antes perguntam outra coisa ao interlocutor) para assim darem uma lição aos kromos (nós), que ousamos pensar que sabemos a verdade (vamos dar o berro).
E prontos, temos esta queda pelas coisas clássicas. Como por exemplo, apertar o cinto. Amanhã começam os cortes nas despesas. Corte elegante, ainda. Clássico. Depois virá toda a classe de impostos. Deselegante, sempre. Muitíssimo clássico.
Parece que alguns impostos serão aprovados pelo governo antes mesmo de os deputados se pronunciarem. Vai dar ao mesmo, mas nas despesas não dá, porque quem tem o Cartão de Crédito na mão é mesmo, sabe o Mesmo, o parlamento, e por isso o ministro Teixeira dos Santos, o Estou Lixado, teve que o ir pedir ao Presidente da Assembleia, Jaime Gama, o Estou-me nas tintas. Este é o acto de entrega. Segundo soube o Mesmo agora, Jaime Gama terá dito ‘toma lá, mas não te esqueças que agora tem plafond’, e o ministro ‘está bem’, e agora tudo o que é despesas é pago com aquilo (e o pessoal a pensar que quem vende um submarino ou uma ponte sobre o Tejo não tinha leitor de Multibanco… Ai, quer dizer! Agora o Minipreço tinha e essa malta não, se calhar! Outra coisa é só aceitarem pagamento em dinheiro vivo, mas isso é porque querem; e porque já não confiam em nós, não é pela falta das maquinetas).
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