terça-feira, 22 de junho de 2010

O Marcelo. O submarino.
Marcelo, o Vidente, todo ele em êxtase, palpitava 3-0 contra a Coreia do Norte. Já no jogo contra a Costa do Marfim tinha sido a mesma coisa. O Mesmo por acaso acreditava que o resultado seria ralmente de 7-0. Mas para os coreanos. Que iríamos completamente ao fundo. Ora, sendo assim, O Mesmo fica com 14 golos de saldo positivo face às expectativas. É obra. O Marcelo leva uns não desprezíveis 4. É fraquinho, comparado com tão monstruosos 14 nossos, mas, como sabemos ser impossível vê-lo deprimido, acreditamos que o professor há-de dar uma qualquer volta genial ao texto, do género vir dizer que ficou mais perto no que respeita à forma, no conteúdo esteve menos bem, blá-blá-blá político-jurídico-tático-catequético, e que portanto ganhou a aposta. E ainda fica a rir, com um brilhozinho nos olhos (lá-lá-lá e pintámos o sete).
O Mesmo não se importa, porque o Marcelo é simpático. O Mesmo esse que, no entanto, não esquece que, se por acaso, o remate de Cha Jong Hyok não tivesse falhado a baliza por pouco, se Jong Tae Se não estivesse menos inspirado do que é costume na cobrança de livres, se depois não tivesse falhado outro golo ainda, desmarcado, se Hong Yong Jo, acho que foi ele, não tivesse desaproveitado o remate naquele seu estilo inconfundível de pegar na bola, se até o próprio Na Yong Ak não estivesse uns furos abaixo do que costuma fazer aos 20 minutos da 1ª parte, se o Ji Yun Nam também lá andasse a fazer não sei o quê naquela jogada a seguir, e se aquele livre perigoso aos 37 minutos cobrado por Ja Nam Sey Queim não tivesse passado ao lado, quer dizer, se os coreanos não tivessem sido também simpáticos (e, claro, se o 16, o 11, o 18, o 19, o 9, o 7 e outra vez o 19 da outra equipa não tivessem marcado nas suas oportunidades), a Coreia do Norte poderia de facto ter ganho por 7-0. Esteve quase.
Mas não. Na verdade não compreendo porque é que tanta gente embirra com aquele país asiático; sendo eles assim uma simpatia. Já em 1966 se prestaram cordialmente a uma remontada histórica. Ouçam, vocês querem ser nossos amigos? Têm tão poucos…
Eu, nestes entretantos, acho já que a nossa selecção é um bocado boa, pelo que se arrisca a poder regressar lá da Razoável Esperança em paquete de luxo, todo ele em forma de gloriosa Caravela do Bartolomeu Dias construido de propósito para o efeito. Mas se for verdade aquilo que dizem sobre gostarem os norte-coreanos de afundar navios de outros países só porque sim - o que não me parece nada fazer o género deles - ou bem que nos asseguramos de que realmente somos amigos, e aquilo do 7-0 entra na conta da extremosa cortesia asiática, ou então sempre é melhor dar alguma coisa que fazer ao Tridente.

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