O Mesmo informa quem ainda não sabe que os navios de guerra são, para efeitos legais, território nacional onde quer que se encontrem. (É, não é? Eu pelo menos tinha uma professora cujo Toyta desportivo tinha já leitor de CD que nos ensinava isso mesmo, e não as estações da Linha do Oeste).
Supõe-se que, legal e legitimamente, lá para 2011 teremos novo território. Supõe-se. É, portanto, apenas um supositório. Que a gente há-de engolir. Não se trata da devolução de Olivença, nem do parto de uma ilha nos Açores, que ao menos seria natural e barato. Nem do regresso da Madeira, enteada pródiga. Não chega a ser um torrão, excepto no orçamento, mas já houve oportunidade para nele hastear a bandeira nacional. Antes da data. Talvez para apoiar a selecção.
Durante os testes, informa O Mesmo, foi ao fundo com a bandeira ainda hasteada (por esquecimento ou solidariedade) e uma escotilha a meter água (por solidariedade). Entretanto, aprofundando ainda mais os gestos de solidariedade com a selecção, e indo além do plano simbólico, há quem adiante que poderá inclusivamente ir buscar os jogadores à África do Sul enquanto faz os testes de pressão (que os jogadores considerarão de baixa intensidade, face ao que os aguardaria à superfície), para os deixar durante a noite num ponto incerto da costa portuguesa. Segundo O Mesmo foi informado, caso se verifique um cenário de cerco no aeroporto por parte de adeptos agitados, este poderá ser o primeiro, e talvez o único, serviço que o Tridente fará alguma vez à República Portuguesa.
Ou antes, seria assim... se o ministro da defesa Santos Silva, o Malhão, não tivesse oportunamente mandado instalar um fecho éclair à proa, conforme se pode constatar na foto. E que abrirá em caso de necessidade para que saia o arpão que ferrará qualquer traineira espanhola mais atrevida que venha lançar as malhas onde não deve. Nada de abusar. Aqui quem malha é ele.
Também me parece bem o hastear da bandeira na embarcação tendo em conta todo o enredo trágico-marítimo que a tem envolvido: custa os olhos da cara tendo pouco mais préstimo que o TGV; é novo em folha e já se fala, talvez por causa da água do mar, em corrupção; a derrapagem nos custos não podia faltar; histórias manhosas e mal paridas, enfim, extremas dificuldades em penetrar a densa e escura núvem que cobre todo o processo, já lá moram há muito; as investigações e processos na justiça fazem parte da mobília; a banalíssima comissão de inquérito parece não se fazer rogada; na política nacional, propriamente dita, nem adianta falar, até uma prancha de surf daria polémica. Portanto, tridente, ergue a bandeira e dá cá um abraço. És dos nossos.
(Não, tu é que és um gajo porreiro. Não, não, bem-vindo a bordo tu. Vá, juizinho agora, olha o ministro.)
Ministro que já veio dizer (está mesmo lá, nos antepenúltimo e no penúltimo parágrafos) que no âmbito de umas auditorias e recomendações ambientais relativas ao edifício do Ministério da Defesa e outros organismos, a Defesa (nós!) fará «suculentas poupanças» de verbas. Pois então.
Com a compra dos submarinos, ao que parece, houve também quem fizesse suculentos pés-de-meia. Só que... não fomos nós. Será que uma auditoria mais abrangente ao Ministério da Defesa, e outros organismos, não possibilitaria descobertas igualmente suculentas? Se já fizeste o que te era possível, e eu sei que o negócio vem de outro governo (mais uma razão para malhares!), peço desculpa pela insistência; se não, ó Malhão, Malhão, mas que vida é a tua? Assegura-te ao menos que percebeste bem como foi possível todo esse conjunto de crimes, que são eventuais e também de bradar a todos os Céus. De todos os Universos. Eventualmente. (Por exemplo já apareceu a factura, ou lá o que é? E o registo de propriedade do veículo? E tem o selo pago? Eu tenho tudo como manda a lei no que respeita ao meu Clio, até o nível do óleo). Vê lá então o que se passa com o ‘teu’ Tridente, para que da próxima vez possas malhar logo, antes que o bicho fuja (agora na Direita? e na Esquerda? coitadas delas; e de nós). Sim, e ele – esse bicho -, é que verdadeiramente deveria ser malhado, no meio de tudo isto.
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