sexta-feira, 18 de junho de 2010

Um tablóide britânico, cheio de chancela, descobriu parte do até agora misterioso ciclo de vida dos regimes políticos da Europa do Sul. Ou antes assim, talvez: descobriu a misteriosa parte que faltava do ciclo de vida dos regimes políticos da Europa do Sul, a fase da passagem para a democracia é bem conhecida, tem que ver sobretudo com a nojenta lei que multava quem cuspisse para o chão. Incrível, não?
É que temos de ser rigorosos na descrição e evocação das diferentes fases do ciclo de evolução e destruição, caso contrário, estas – no caso, o Apocalipse –, podem não acontecer de todo. Pelo menos da forma prevista, e quem é que está interessado em ter um Apocalipse defeituoso?
De qualquer forma, o que já se sabe é: a economia colapsa e aparecem uns ditadores montados em tanques do exército tocando trombetas. É este o comportamento típico destes exóticos e malfadados ecossistemas das regiões do Sul, em boa hora descrito pelo Mail.
Ao que parece, este trabalho de fundo do tablóide britânico não se baseia numa leitura atenta do calendário Maia, nem numa conversa franca com duas Testemunha de Jeová, mas antes no que foi relatado por um dos intervenientes de uma reunião havida entre John Monks, ex-director da TUC e o presidente da Comissão, José Manuel Barroso. Bom, sem querer pôr em causa a credibilidade e reputação da TUC, nem dos tablóides britânicos cabe perguntar: quem é afinal esse presidente da Comissão?
Investigámos e, ah!, é o Cherne. Só que na UE mudou de nome, por causa das espinhas que o peixe deixava nas gargantas dos jornalistas estrangeiros, mais habituados a douradinhos de pescada. Ele é bom em palpites, ridicularizou uma vez um conceituado analista do futuro, de nome Santana Lopes, designando-o por ‘Zandinga’. E bastou dizer que um dia seria primeiro-ministro e, nas calmas, foi-o. E mais, sem fazer ideia que o seria no momento em que o foi. Coisa que o próprio previra tal e qual que o seria, como de facto o foi, e foi-o de tal modo que ultrapassou o que antevira, ao tornar-se o primeiro português a aceitar ser por uns tempos o Presidente da Comissão de Festas. Neste momento não são poucos os que traçam cenários apocalípticos, talvez porque às vezes o mundo parece estar completamente maradado dos fusíveis, mas agora terá sido o Durão.
Sigam o.
(Mas não exagerem, sendo o. Que é.)

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