Quando eu era rapazinho, ia a casa de uma velhinha que, quer fosse por fazer anos, ou meses ou semanas, quer por passar de ano ou de dia, sempre que me via, me dava dois ou três bolinhos. E às vezes chocolate.
Quando me fiz rapazote, mais bela rosa mirava de tal casinha, e a trazia já por minha, como quem se acha muito forte; e então a velha vinha, gabava da neta, a por ora, lembrava, esbatida formosura, e logo me dizia, sem ternura, que eu era forte... mas em gordura.
E assim já lhe assegurava, mensalmente ou quando podia, que cada vez mais me exercitava, e menos alimento engolia. Em meu relatórios aflitos ela crente sempre se fazia. Mas muito tempo passado não era, quando meus erros me vinha apontar, e perguntar onde aprendera os vícios por que, para meu azar, muito ainda teria que gemer.
Segundo o Público.
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